Concurso Literário 2010/2011

         PROSA

      O sonho do mar
         1º Prosa, 2º ciclo, Lucas Lopes de Castro, 5º9


O dia estava a ser tão espectacular. Até dava para fazer uma história.
Uma manhã de sonho. Visitei o oceanário do Porto, almocei no restaurante “Lua Cheia” (massa à bolonhesa), fiz uma curta visita ao Parque Nacional da Peneda - Gerês e, ainda, consegui passear pela praia, onde aconteceu este pequeno episódio.
(…)
Por que carga de água tinha de me perder aqui na praia a perseguir um caranguejo?!?!?!?!
Oh… Isto é tão injusto! Muito zangado chutei a lata de Coca-Cola que estava no chão e deitei-me de punhos cerrados apertando a areia. Passado um tempo adormeci.
(…)
Quando acordei vi que o meu corpo estava encharcado, a andar em direcção ao mar, sem eu querer. Disse-lhe para parar, mas ele não parava. Comecei a ficar aflito, quando senti a água nos pés. Depois na cinta. Depois no peito. Depois no queixo. Depois o meu corpo ficou completamente envolto por um manto de água e o ar começou a faltar-me, aumentando a dificuldade em respirar. Comecei a ficar desesperado.
Mas, para meu grande alívio, começou-se a formar uma bolha de água à minha volta.
O meu corpo continuava a avançar, enquanto eu olhava maravilhado em meu redor, vendo os diferentes animais e plantas e cores que iam aparecendo.
Era tudo lindo menos a gruta que estava um pouco mais à frente. Era feia, assustadora, escura e arrepiante. Infelizmente, parecia ser para lá que me dirigia. Sim, era para lá que eu caminhava. “Não! Pára corpo! Pára!” Mas o corpo não parava. E o que via aos poucos ia reduzindo (devido à imensa escuridão da gruta) até que fiquei completamente “cego”. E o meu corpo andava sempre sem parar e o meu medo aumentava, também sem parar.
A certa altura umas espécies de ruídos pareciam formar palavras. Palavras que se tornavam cada vez mais perceptíveis.
 Passado pouco tempo já se entendia:
- Anda, olha em frente e não fujas quando vires a luz.
Deixando a curiosidade invadir-me o cérebro, expulsei o medo e formei um milhão de questões, destacando-se esta:
“ QUEM SERÁ QUE ESTÁ A FALAR E DE QUE ESTARÁ A FALAR?”
Mas depressa uma parte da pergunta encontrou resposta, pois uma pequena luz se começou a formar um pouco mais à frente. Luz que aos poucos se foi tornando maior, até ficar do tamanho da gruta. Começou-se a formar um novo mundo no mar.
- Não fujas!
E descobri um novo mundo.
- SOU UM DDDD EEEE SSSS CCCC OOO BB R IIII DDDD OO….
- Não, rapaz - negou a voz. – Isto ainda é o mar.
Só então reparei que a voz era de uma espécie de lova-a-deus do mar com pequeníssimas barbatanas que olhava para mim com seus olhos vermelhos.
- Mas o que é que eu estou a fazer aqui?
- Tu vens porque a Rainha te pediu que viesses.
- Não pediu nada! Eu nem conheço nenhuma rainha.
- Então como é que estás aqui?
- Hum… Estou aqui, porque foi para aqui que o meu corpo me trouxe…
- Não. Tu estás aqui, porque a Rainha te pediu para vires cá. O teu cérebro ouviu e disse ao teu corpo para vir. Essa é a resposta correcta.
- Mas eu é que mando no meu corpo. 
- Mandas e mandarás. Ela só te pediu para vires e tu aceitaste.
- Mas eu não disse nada.
- Há sempre uma parte de nós que não controlamos. Por isso despacha-te antes que ela se zangue…
E o meu corpo começou a correr.
Correu até um grande castelo. Entrou, tomou fôlego e começou a subir as escadas. Quando chegou ao último “andar” entrou numa sala que tinha um trono, onde estava sentada uma sereia, e uma cadeira, onde se sentou o meu corpo.
- Bom dia! – Disse a sereia. – Chamei-te porque vamos todos morrer se isto continua assim.
- O quê?!?!?!?!?!?!???!?!?!?!?!?!?- gritei, assustado.
- Sabes o que é a poluição, não sab…
- SIM, MAS o QQUUÊÊ?!?!?!?!??!?!?!
- A poluição está a destruir o mar e toda a água do mundo.
- Sim, e o que é que isso tem a ver comigo?
- Morres se a poluição avançar, pois precisas de água para viver.
- Oh, não invente.
- Como beberás sem água? Como tomarás banho sem água? O que comerás sem água? – perguntou a sereia.
- Oh, meu Deus! O ser humano está a destruir o planeta! Nós vamos destruir o planeta! A MINHA ESPÉCIE VAI DESTRUIR O PLANETA TERRA! Todos os animais e plantas vão morrer por culpa da minha espécie! Tem de haver uma maneira de remediar as coisas! O que vamos fazer!?!?!?!?!?!?
- Foi para isso que te chamei, eu, a RAINHA DO MAR E DE TODA A ÁGUA EXISTENTE, chamei-te para arranjarmos solução para este drama – disse ela.
- Espera, há uma maneira de prevenir as pessoas do mal que estamos a causar.
- O que é??? – perguntou entusiasmada a sereia.
- Preciso de paus. Grandes e grossos.
E apareceu um peixe com paus grandes e grossos.
Peguei neles, despedi-me e mandei o meu corpo correr e, desta vez, ele obedeceu-me.

Já na costa…

Com os paus, escrevi:


…………………………………………………… // ..…………………………………………………..

Passados uns anos, depois de eu encontrar a minha família, um homem viu a frase e pôs avisos em todo o lado a dizerem exactamente a mesma coisa que eu tinha escrito com os paus na areia.
Mas, mesmo assim, esta história ainda não acabou, e só acabará quando todos colaborarem para um mundo melhor.


Uma aventura no Mar
1º Prosa, 3º ciclo, Nelson Daniel Loureiro Mota, 9º3





No meio daquele enorme e profundo manto azul ao qual chamamos mar, bem no centro do Atlântico, perto da costa portuguesa, vivia uma pequena, mas unida comunidade. A comunidade Alfa era uma comunidade respeitada e conhecida pelos seus valentes e corajosos soldados que treinavam dia e noite para defender a sua comunidade dos ataques constantes dos soldados do Índico.
A comunidade Alfa era perfeitamente normal. Tinha crianças, adultos e velhos sábios. As crianças eram traquinas, aventureiras e tal como todas as outras, ansiavam pela sua chegada à vida adulta para se tornarem bravos soldados e montarem os enormes e laranjas cavalos--marinhos. Os adultos eram sobretudo soldados. Soldados que combatiam e treinavam durante horas entre si para estarem prontos para o forte exército do Índico. As mulheres eram donas de casa que esperavam todos os dias ansiosas pela chegada de seus maridos, dos seus longos e demorados treinos, sempre com a preocupação de que algo lhes havia acontecido. Já os velhos sábios eram os mais respeitados e falavam, às crianças interessadas das suas entusiasmantes batalhas com os Índicos. As crianças adoravam! Imaginavam-se elas com as pesadas armaduras montados nos bravos cavalos-marinhos, mas tinham a noção que ainda precisavam de muito treino para defenderam a comunidade.
Dessas crianças havia quatro que se destacavam. O golfinho Roni, a raia Nina, a tartaruga Rufus e o peixe - palhaço Flitch. Eram quatro amigos inseparáveis que todos os dias depois da escola brincavam com pequenas algas aos soldados.
- Esta vez vou eu ganhar! – dizia Nina. Nina era a única rapariga do grupo. Era a típica “Maria - rapaz” que brincava apenas com os rapazes. Muito aventureira e sempre bem-disposta.
- Nem penses nisso, Nina! - gritava alto Roni. Roni era o mais aventureiro mas também o mais inconsciente do perigo, que se exibia muitas vezes pelo facto de seu pai ser o chefe do exército Alfa, mas no fundo era um grande amigo sempre pronto a ajudar.
- Acho que ainda nos vamos magoar - dizia com preocupação a tartaruga Rufus, que era de todos os quatro amigos o mais medroso e cuidadoso, mas sempre importante no grupo, pois era conhecido na comunidade pelo seu enorme conhecimento para a sua idade.
- Não te preocupes, Rufus, são só algas, não magoam ninguém - acalmava Flitch. Este peixe-palhaço era o membro principal do grupo (e da nossa história também). Era um peixe humilde, amigo tomava sempre as medidas mais acertadas.
Bem, já se fazia tarde… Os quatro amigos despediram-se e foram cada um para seus búzios (casas) e combinaram mais uma “batalha” para o dia seguinte.
Estava uma noite tranquila em Alfa… ou pelo menos parecia. Subitamente, enquanto toda a comunidade dormia, um grupo de milhares de soldados Índicos invadiram e arrasaram tudo à sua passagem. Os soldados Alfenses nada puderam fazer já que estavam em posição de fraqueza e em menor número tendo sido derrotados facilmente e levados para o tenebroso Oceano Índico. De Alfa só restavam ruínas de búzios desfeitos e uma comunidade desbastada. A população que restava, mulheres, crianças e velhos sábios, saíam lentamente de seus esconderijos e rapidamente se aperceberam que não tinham sido levados apenas todos os soldados Alfenses, mas que também algumas crianças haviam desaparecido com eles. Todas as crianças que ousaram meter--se no caminho dos soldados Índicos foram levados. Uma dessas crianças foi o golfinho Roni que, inconsciente do perigo, se envolvera na luta com esperança de salvar a comunidade e também ele tinha sido aprisionado. Choros e gritos era o que mais se ouvia em Alfa e os três amigos que restavam do grupo também choravam o desaparecimento do amigo.
Mas alguém tinha que fazer algo! Alguém tinha que vingar os estragos da comunidade e recuperar a população que fora levada pelos Índicos! Mas quem? Quem poderia fazer isso? Os únicos capazes de tal proeza eram os soldados Alfenses, mas todos eles tinham sido levados. Uma dessas crianças foi o golfinho Roni que, inconsciente do perigo, se envolveu na luta com esperança de salvar a comunidade e também ele fora aprisionado. Choros e gritos era o que mais se ouvia em Alfa, e os três amigos que restavam do grupo também choravam o desaparecimento do amigo.
Mas alguém tinha que fazer algo! Alguém tinha que vingar os estragos da comunidade e recuperar a população que fora levada pelos Índicos! Mas quem? Quem poderia fazer isso? Os únicos capazes de tal proeza eram os soldados Alfenses, mas todos eles tinham sido levados.
Foi quando Flitch, Nina e Rufus, revoltados com a situação em que se encontravam e com a tristeza de verem as suas mães a sofrerem pela perda de seus maridos, se reuniram e trataram de elaborar um plano capaz de resolver a situação. Decidiram, então, partir para o Índico para remediar a situação. Estes jovens não sabiam mesmo no que se iam meter… Contam os mais velhos sábios que o Índico é um oceano tenebroso e cheio de criaturas assombrosas, criaturas essas que conseguem derrubar um exército com apenas um sopro. Ninguém do Atlântico havia conseguido chegar ao Índico nem mesmo os soldados Alfenses, que quando faziam as suas guerras com os Índicos faziam-nas na sua zona do oceano.
A força deste grupo era admirável, mas era preciso um bom plano e muita coragem para enfrentar o desafio.
Ninguém sabia o que estava para lá do oceano Atlântico, mas Rufus sabia que para lá chegar teriam de atravessar correntes perigosas que lhes poderiam complicar o trajecto.
Durante a noite lá foram eles, sem ninguém saber, rumo ao desconhecido. Tudo para eles era estranho e sombrio.
Ainda apenas haviam percorrido cerca de trinta minutos e já tinham avistado coisas que nunca em toda a sua curta vida haviam visto. Os peixes eram aos milhões em seus grandes cardumes e os corais pareciam arco-íris de variadas cores que impressionavam os olhos dos nossos amigos que se perdiam em tamanha beleza.
Assustados com o que os esperava, avançavam e, passado uma hora, os nossos amigos chegaram a umas pequenas ilhas às quais chamaram Madeira e Açores. Fizeram uma pequena paragem lá para se alimentarem e descansarem e rumaram novamente ao Índico. Mais à frente passaram por mais umas ilhas que denominaram de Canárias. A viagem estava a ser calma e normal. Nada de monstros e seres imaginários como os velhos sábios preveniam em suas histórias. De repente, o mar ficou muito agitado. Não parecia o mesmo desde há dois segundos. A corrente ficou muito forte e os nossos amigos mal se aguentavam. Eles não sabiam, mas estavam a passar pelo cabo do Medo, ou cabo Bojador. Um cabo conhecido por milhares de naufrágios e de mortes devido às ondas altíssimas e recifes de arestas pontiagudas que banhavam aquela área. Os três amigos estavam perdidos, mas a força de vontade que eles tinham e a ambição de salvar os desaparecidos, eram superiores a tudo isso. Continuaram a lutar contra a forte corrente e de um momento para o outro a corrente acalmou. Já não havia mais aquela agitação e aquela corrente forte que quase acabara com os seus objectivos de chegar ao Índico.
Os nossos amigos já tinham passado o assombroso Cabo Bojador. De facto, os três amigos já tinham atravessado mais do que se imaginava. Os velhos sábios diziam que apenas um peixe havia dobrado esse cabo e esse peixe chamava-se Gil Eanes, mas que depois não aguentara mais e ficara por aí. A viagem retomou o seu rumo calmo e sereno e os nossos amigos admiravam-se cada vez mais com a beleza do sul do Atlântico. Milhares de cores e espécies diferentes que fascinavam qualquer um.
O grupo de amigos já havia saído de Alfa há dez dias e apesar de cansados continuavam convictos do seu objectivo. Já haviam passado o Cabo Bojador, mas o que é que se seguia? Que direcção seguir? Os nossos amigos estavam perdidos sem saber o que fazer para chegar ao Índico. Trataram então de fazer perguntas a vários peixes para os ajudarem a tomar um rumo. Mas todos os peixes respondiam o mesmo:
- Vocês estão malucos! Ninguém vai para lá, é muito perigoso! É melhor voltarem para as vossas mães! 
Mas eles já haviam percorrido muito caminho e não era agora que iam desistir.
Desesperados por ninguém lhes responder como lá chegar, começaram a chorar.
Uma baleia que lá passava perguntou-lhes porque choravam e eles explicaram a sua situação. Por coincidência, essa baleia, chamada Imhotep, iria passar lá perto, pois a sua irmã havia desaparecido e souberam que ela estava por aqueles lados. Montaram nas suas costas e partiram. A baleia era realmente rápida. Em cerca de um dia percorreram quase tanto como o que os amigos tinham percorrido em dez dias.
A baleia e os nossos amigos falavam bastante sobre a comunidade de ambos e sorriam esquecendo o que lhes havia acontecido. Mas de repente a baleia Imhotep ficou séria e alertou-os de que vinha aí um grande perigo. Vinha aí o Cabo das Tormentas, um cabo conhecido pelas suas tempestades de inverno e ondas gigantes, que podem atingir alturas de 30 metros e afundar embarcações de grandes dimensões. De um momento para o outro deu-se uma grande agitação nas águas e a corrente ficou cerca de três vezes mais forte do que no cabo Bojador. Os nossos amigos nada viam à sua frente. A baleia Imhotep tentou protegê-los com o seu grande e forte corpo, mas até mesmo ela não se aguentava. Quando tudo parecia perdido eis que o mar acalma novamente e tudo volta ao normal. As águas ficaram calmas, permitindo que o grupo continuasse a sua viagem. Já haviam passado o Cabo das Tormentas.
De repente uns enormes tentáculos envolvem cada um dos amigos e levam-nos para uma gruta que se situava lá perto. Era um enorme polvo que os aprisionava juntamente com um cardume que já lá estava, colocando na abertura da gruta um enorme rochedo para evitar a fuga dos nossos pequenos heróis.
Lá dentro, os nossos amigos não faziam ideia do que se passava, mas a baleia Imhotep explicou:
- Este aqui é o polvo Adamastor. O enorme polvo que guarda e impede a passagem dos peixes do Atlântico para o Índico. E esta é a gruta dele onde ele dorme e  guarda o seu cardume. Estamos perdidos. Peço desculpa meus amigos.
Enquanto os nossos amigos pensavam numa forma de sair daquela gruta, uma pequena lula que também estava aprisionada foi ter com eles. Essa pequena lula, chamada Lulu, era a irmã de Imhotep. As duas irmãs abraçaram-se e a pequena lula contou que queria conhecer o que havia para lá do Atlântico, mas fora apanhada pelo terrível Adamastor, tendo sido esse o motivo do seu desaparecimento. As duas irmãs estavam novamente juntas, mas não pelos melhores motivos.
Contudo, não estava tudo perdido. Filtch acabava de ter uma ideia.
- Antes de termos saído de Alfa, eu trouxe de minha casa um poderoso elixir (vinho) que segundo o meu pai põe qualquer um a dormir e depois logo arranjamos uma forma de escapar.
Os amigos aceitaram, mas também não tinham grande escolha já que não tinham outro plano.
Então, Filtch chamou o polvo e ofereceu-lhe o elixir, e o polvo perguntou:
- Quem me ofereceu este elixir?
E Filtch respondeu:
- Foi Ninguém.
Adamastor bebeu o elixir e em cinco segundos caiu desamparado no chão da sua gruta. A primeira fase do plano já estava terminada. Foi quando Nina teve outra ideia para sair da gruta, mas um pouco arriscada. A sua ideia consistia em afiar uma vara e espetar nos dois olhos do terrível polvo. Rufus, como sempre, estava de pé atrás mas não havia outra solução. Então, espetaram a vara nos olhos do polvo tendo-o cegado e, como o elixir era tão forte, Adamastor não acordou.
Na manhã seguinte o polvo gigante, sem se aperceber que estava cego, tirou a pedra da frente da abertura da gruta para passear o seu cardume e apalpou todos os que estavam na gruta para evitar a saída dos prisioneiros, mas os nossos amigos estavam debaixo deles conseguindo escapar. O polvo chamou todos os seus colegas polvos dizendo que Ninguém o tinha cegado e que havia escapado, mas os seus colegas evitaram-no pensado que ele estava maluco.
De volta à viagem e com um novo elemento no grupo, os cinco amigos avançaram e já estavam no oceano Índico. Era um oceano diferente tanto na temperatura como nas espécies lá existentes. Os nossos amigos tiveram de enfrentar outro perigoso desafio que foi a Corrente das Agulhas, mas foi facilmente atravessado devido à força de vontade deles ao sentirem que já estavam próximos.
Finalmente, após vinte dias, os nossos amigos chegaram ao seu destino, a Índia. A comunidade era muito diferente à de Alfa, tanto na arquitectura dos búzios como no modo de vida.
Na Índia já era de noite. O grupo de amigos tratou de encontrar o local onde os desaparecidos de Alfa haviam sido aprisionados e descobriram que eles estavam numa gruta pequena guardada por soldados que não resistindo ao sono da noite adormeceram, tendo sido fácil libertar todos os que tinham sido levados de Alfa.
Os soldados Alfenses trataram de atacar os Índicos e venceram facilmente já que eles estavam em posição de fraqueza tal como eles haviam feito em Alfa.
Os soldados Alfenses não conseguiam acreditar como é que aqueles pequenos malandros tinham conseguido atravessar tamanho perigo já que até eles não tinham conseguido fazer tal feito.
A viagem até Alfa foi calma e rápida já que todos iam nas costas da baleia Imhotep.
Roni e os seus amigos puseram a conversa em dia falando de tudo o que viram e tudo o que passaram.
A chegada a Alfa foi emocionante. As mulheres abraçaram os seus maridos e algumas também os seus filhos que também haviam sido levados.
Filtch, Nina, Rufus, Imhotep, Lulu e também Roni foram aclamados soldados juniores de Alfa, um posto muito invejado por todas as outras crianças.
As ruínas que os Índicos causaram em Alfa foram reparadas em menos de um mês e tudo voltou ao normal na pequena e unida comunidade que vivia bem no centro do Atlântico. 



Sc
1º Prosa, secundário - Hélder Filipe Sousa Miranda, 12º2


Era uma vez uma gota de água que queria ir à escola. Esta gota não podia ser normal! Onde já se viu uma gota de água ir à escola no meio das nuvens, em pleno céu?
Todas as outras gotas de água troçavam dela, e chamavam-na a Sem Cérebro, “Sc” para os conhecidos…
Esta gota sentia-se triste por não poder ter aulas de Português, como sonhara.
Dirigiu-se então à única gota de água, de todas aquelas nuvens, que sabia ler e escrever, e questionou-a de como ela aprendera tal coisa. A gota contou-lhe, então, que algures num mar mágico todas as criaturas iam à escola e eram felizes, porque podiam escrever cartas aos seus amigos que migravam para outros mares. A “Sc” ficou empolgada com esta ideia e tratou logo de descobrir onde se localizava esse tal mar mágico.
Pegou no seu fabuloso GPS, clicou em ‘’procurar’’ seguido de ‘’localidade’’ e disse “mar mágico”. Inesperadamente, o GPS disse “ morada não encontrada”! A gota tentou várias vezes, mas o resultado era sempre o mesmo, e ela ficou muito triste. Decidiu falar novamente com a gota sábia para lhe perguntar se era do seu conhecimento a forma de alcançar o mar mágico. Mais uma vez, com a sua calma, como aquelas pessoas que acham que têm todo o tempo do mundo, a gota instruída deu-lhe a conhecer que existia uma montanha de origem vulcânica nas Ilhas Virgens Britânicas. Lá existia um rio que desaguava no mar mágico. A Sem Cérebro recorreu ao GPS e pediu ao vento que empurrasse as nuvens bem para cima dessa montanha.
Por azar, quando lá chegaram, era Verão porque tinha dado quase meia volta ao mundo. O tempo estava seco e a gota decidiu hibernar até ser Inverno. Quando chegou o Inverno, foi uma alegria, começou a chover.
A gota caiu no rio, desaguou no mar mágico e, finalmente, aprendeu a ler e a escrever.


O Mar
           2º Prosa, 2º Ciclo, Sofia Marques Pereira, 5º9  


No planeta existem monumentos, palácios, castelos…muito bonitos e valiosos. Mas há uma coisa mais bela e valiosa do que estes, o Mar.
Com terra à sua volta e um azul sem fim, parece o espelho do céu.
Nele, podemos encontrar seres vivos de mil e uma cores e de muitas formas. Muitos destes seres vivos servem de alimento a todos nós. Para uma alimentação saudável, devemos comer peixe todos os dias e é no Mar que encontramos a maior variedade.
No Mar, podemos encontrar lindos búzios e conchas que podem ser utilizadas para fazer colares e pulseiras ou peças para decorar as casas.
Foi pelo Mar que Vasco da Gama descobriu o caminho marítimo para a Índia e assim tornou Portugal um dos países mais importantes do mundo, naquela época. Mas também por Mar os portugueses descobriram o Brasil, as ilhas da Madeira e dos Açores e de muitas outras terras. As viagens para estes países eram feitas por Mar, porque não havia outros meios de transportes para estes países a não ser o barco.
Vários autores de contos de histórias utilizam a beleza do Mar para os seus livros como por exemplo “ A Pequena Sereia” onde tudo se passa no Mar.
Assim como vários compositores e autores de música se inspiram no Mar para criarem as suas músicas, Luís de Camões fez a maior parte dos seus poemas no Mar, como por exemplo “ Os Lusíadas”.
Nada é melhor do que um dia quente de verão e estar junto ao Mar.
Mar faz-me lembrar calor, gelados, férias, dias sem fazer nada.
Cada vez que chego perto dele, sinto a sua brisa, corro e mergulho nas suas águas que me fazem sentir bem.
Mas quando entro na água tenho que ter cuidado, porque o bom pode tornar-se mau, se não respeitar as regras de segurança, posso entrar no Mar e nunca de lá sair.
Mas se imaginasse a Terra sem Mar, não deveria ser bonita. O Mar torna qualquer paisagem bela, a mais simples paisagem torna-se sempre bela, quando tem o Mar, na linha do horizonte.


O Mar
3º Prosa, secundário, Adriana Cristina Duarte da Costa , 10º2

Passear nas praias que são tão sossegadas durante o longo inverno, é uma sensação estonteante. Poder sentir cada grão de areia a friccionar os nossos dedos dos pés e, ao mesmo tempo, poder largar um sorriso pelos grandes arrepios causados pelas cócegas constantes da areia.
Calafrios percorrem o meu corpo quando algo frio embate contra os meus pequenos e sensíveis pés. É um líquido um quanto transparente que colide contra os meus membros inferiores. Juntamente a esse líquido brotam pequenas bolhas de espuma que se entranham pelos grãos de areias.
Já um pouco embrenhada pelos meus pensamentos, pouso a minha toalha de praia sob a areia seca e, cuidadosamente ,sento-me sobre ela.
Os meus olhos castanhos observam a beleza que é o mar. A espuma que se forma quando as ondas rebentam, ao embater contra as rochas deformadas. Miram, ainda, a linha do horizonte, onde toda a gente pensa que é o final do mar.
Aqui diante dele, questiono-me onde será o seu começo e fim?
O meu corpo reage por inteiro aos efeitos que o mar provoca. Os meus olhos ardem juntamente com a passagem da brisa, que transporta consigo o odor a maresia. Cheiro que me deixa por completo inebriada. Os meus ouvidos, ficam atentos ao som da colisão das ondas contra as rochas. Ruído que me deixa completamente calma e fora do mundo real. O meu cérebro, começa de imediato a transmitir imagens surreais ao mesmo tempo que as ondas rebentam. O meu corpo sofre espasmos, resultantes do odor que as minha narinas inalam.
Passado algum tempo, o Sol começa a pôr-se na linha do horizonte, o que me indica que o final do dia está a aproximar-se e, infelizmente, chega a hora mais difícil, a despedida.
Levanto-me lentamente, sem retirar os olhos dele e, com uma lágrima a percorrer o meu rosto, digo adeus ao meu companheiro.
O Mar. 




POESIA








Mar!
1º Poesia, 2º Ciclo, Diogo Afonso Gonçalves Durães, 5º6


Quando penso no Mar
Lembro-me de um espelho cintilante
Que é fiel a todos
Pois, é uma fonte brilhante.

O Mar tem uma namorada
Que é a extensa areia,
A sua água salgada
Abraça-o como uma sereia.

O mar contém um mistério
Que é esconder todos os segredos,
E quem os quiser encontrar
Tem de ultrapassar os seus medos.

Mas, é o mundo dentro dele
Que se enche de corais,
Amizades espantosas e
Criaturas especiais.

O Mar tem um poder
Que as pessoas não terão.
É encantar as crianças
Que por ali passarão.

O Mar é um mundo,
Onde muitos animais podem viver,
Tem espaço para todos
Os que nele querem permanecer.




Mas afinal o que é o Mar?
1º Poesia, secundário, Lídia Marlene Silva , 10º1


Mas afinal o que é o Mar?
Vasto lago de tristeza e dor.
Daquele povo conquistador.
Que nenhum outro soube imitar.


Mas afinal o que é o Mar?
Triste fado traçado.
P’ra quem a vida tem passado.
Sempre a navegar.


Mas afinal o que é o Mar?
Abundante em heróis tais.
(Muitos com destinos fatais)
Com feitos p’ra se louvar.


Mas afinal o que é o Mar?
Responsável por grande dano.
Causado ao povo lusitano.
Que dá vida p’ra O enfrentar.


Mas então o que é o Mar afinal?
Nada mais que as lágrimas de Portugal.


Oh, Mar…
2º Poesia, secundário, Ana Cremilda Gonçalves Durães, 10º1


Tuas águas abraçam nossas terras,
De azul pintas o mundo.
Para definir-te as palavras são meras,
Pois o teu universo é profundo.

Com teu poder maternal,
Acolhes diversos seres vivos,
Tua continuidade é essencial,
Pois a ti estamos cativos.

És o refúgio das amarguras sofridas,
Para outros leito de diversão,
A uns tiras vidas,
A outros dás sustentação.

Se tua bravura é tormento,
Teu horizonte é calmia.
Para muitos és alento,
Para outros simplesmente fantasia.

Tu que conquistas a areia
E a beijas com teus lábios salgados,
Expandes-te como uma veia
Pelos cantos mais diversificados.

Outrora, fonte de todos os medos,
Vivemos em ti pesados tormentos.
Descobrimos teus segredos,
Rasgando o caminho dos Descobrimentos.

Reflectir sobre tua imensidão
É imaginar um denso véu,
Não será com certeza em vão…
És o espelho do céu!


O dia em que nasci…
3º Poesia, secundário - Ana Margarida Arantes Silva, 10º1


Já fui simples átomos de hidrogénio
Que se uniram a átomos de oxigénio.

Depois de se juntarem
Comecei a viajar
Sem mais parar.

Ao iniciar, de sal nada tinha,
Mas com o mineral,
Salgada fiquei, gotinha a gotinha.

Para a biodiversidade sou essencial,
Mas há pessoas que só pensam no meu mal:
Originando a minha pobreza
E destruições na Natureza.

Já longe vão os bons tempos,
Em que a minha água era cristalina…
Agora disso nada tem
E a mim até gasolina
Cá parar vem.